Índice :: el gê bê tê 2003 :: Dois contos adoptados |
Os pais de Damião, extremamente religiosos mas não católicos, não aceitaram bem a declaração do filho ao transmitir-lhes que era homossexual. A mãe chorava sem saber se era de desgosto ou de medo que o marido acabasse por matar o filho ali, na sala de jantar, com tanta pancada que lhe dava.
Damião saiu de casa, foi socorrido por amigos que lhe deram abrigo e lhe trataram do coração, mais do que das equimoses e contusões. Damião ia fazer dezasseis anos quando foi a uma conferência sobre literatura homossexual e conheceu os donos de uma cadeia de livrarias especializadas em literatura “gay & queer”. Jorge e Dário ao conhecerem a vida de Damião, na coragem que havia tido ao falar com os pais, apesar de por tal ter de estar a viver praticamente na escola, convidaram-no a viver na casa de ambos. Actualmente Damião sente que tem uma família que o ama, protege e apoia e os seus novos pais empenham-se em poder requerer o direito de parentalidade que o seu novo filho escolheu e merece.
Maria
José era casado e pai duma linda bebé de dois meses quando num daqueles inconcebíveis acidentes de automóvel a morte lhe ceifou a vida da esposa e sogra deixando-o só com a menina. O apoio e um novo amor chegou-lhe então donde menos esperava, de um colega! José passou no espaço de um ano de viúvo às confusões de se ver numa relação com alguém do mesmo sexo. Quando a sua filha tinha seis anos já José vivia há quatro com o Rui, seu companheiro nas horas boas e más e de quem Maria nunca havia questionado ser aquele o seu segundo pai.
Na escola, os educadores, que conheciam os dois pais de Maria, nunca perguntavam pela mãe, seria falta de educação e constrangedor,
mas se isso acontecia a Maria dava uma resposta tão simples que o assunto acabava por morrer ali: «Um dia o meu pai encontrou um namorado que o ama muito, que é o Rui, e ele gosta muito de mim, é o meu outro pai!»
A hipótese de José ir trabalhar dois meses para o Brasil, contribuindo para a sua progressão na carreira, deu-se a meio do ano lectivo e Maria, com dez anos e uma das melhores alunas da classe, ficou com o Rui. Quando vieram as férias da páscoa o pai tinha-lhe prometido
uma viagem ao Brasil, que ele queria tirar as saudades dela e do companheiro, e isso justificava-se agora mais que tudo devido a este estar acamado por ter partido uma perna durante o serviço.
Maria não pôde ir! O Rui não era considerado pai nem reconhecida a sua parentalidade, Maria não tinha avós e os tios nunca os havia conhecido por se terem afastado com o amor do José pelo Rui. Maria também ficou doente e o Rui teve sérios problemas para a visitar no hospital porque legalmente não lhe reconheciam nada, apesar do seu amor por esta sua filha ser reconhecido em todo o lado.
pelas opções sexuais, a violar os direitos dos animais, a extinguir espécies animais e vegetais, e a transformar este planeta azul numa imensa esfera cinzenta de poluição e fogo. Abramos os olhos, não sejamos bárbaros. Pode haver ainda tantas gerações à nossa frente!
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