Em Portugal, até 1982, a homossexualidade foi crime punido com medidas de segurança que incluíam: o internamento em manicómio criminal; o internamento em casa de trabalho ou colónia agrícola; a liberdade vigiada; a caução de boa conduta; a interdição do exercício de profissão. O internamento fazia-se, entre outros locais, no Albergue da Mitra do Poço do Bispo, em Lisboa
Durante a primeira República, Judith Teixeira (1880-1959) publica poemas em que, de modo explícito e desassombrado, fala do amor e do erotismo entre mulheres. A poesia de Judith Teixeira e de outros escritores, como António Botto e Raul Leal, que também abordam explicitamente a temática do homoerotismo, levanta um vendaval de reacções da sociedade portuguesa em vias de entrar em regime ditatorial. Em Março de 1923, o Governador Civil de Lisboa faz apreender, para depois cremar, exemplares de Decadência de Judith Teixeira, de Sodoma Divinizada de Raúl Leal e das Canções de António Botto. Fernando Pessoa fará a defesa de António Botto e Raúl Leal em “Aviso por causa da moral”, enquanto que Judith Teixeira irá defender-se com uma conferência pública, “De mim”.
Durante a Iª República, Manuel Teixeira Gomes, Presidente da República, foi afastado das suas funções num contexto de grande perturbação política. A sua obra literária, que glorificava a beleza do corpo masculino foi utilizada para justificar o afastamento.
A primeira comemoração pública do dia do Orgulho LGBT em Portugal foi feita em 1995 na discoteca Climacz, no Jardim Constantino, em Lisboa.
in exposição “olhares (d)a homossexualidade”, realização colectiva das associações LGBT