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Comunidade gay nas ruas do Porto

Exposições sobre a temática homossexual e vários "workshops" preenchem a Semana do Orgulho

HELENA TEIXEIRA DA SILVA

Arranca hoje, no Porto, o 1º Gay Pride, uma semana cultural organizada por gays, lésbicas, bisexuais e transgenders. Em causa está a tentativa da comunidade gay em "educar para a liberdade e para o não preconceito", adianta Sofia Maria, da Associação Nós, o primeiro grupo do género, sediado no Norte do país.
O evento, designado "Semana do Orgulho", realiza-se há quatro anos em Lisboa, onde terminou no passado dia 30 de Junho. No Porto _ "cidade conservadora e pouco informada", lamenta Sofia, estudante universitária, que afirma ver "as portas serem-lhe constantemente fechadas quando quer organizar alguma coisa" _, a iniciativa abre às 18 horas, com a exposição Falhas Obscenas, no Espaço Caldeira 213. Trata-se de uma colecção de arte debruçada sobre a sexualidade e que deverá incluir pinturas e esculturas de vários artistas nacionais. "O objectivo é trazer para o Porto um pano cultural e alternativo a que as pessoas não têm acesso todo o ano", afirma fonte da organização.

Polémica Ainda no âmbito das exposições, o quartel do Bom Pastor é o local escolhido para a segunda mostra, porventura a mais polémica, intitulada "Olhares (d)a homossexualidade". "Mostra a verdade ocultada, uma certa forma de repressão que nunca ninguém ousou tocar, nem sequer nos livros", garante um dos organizadores, sublinhando que, "em Lisboa, teve um impacto muito forte, nomeadamente em alguns historiadores". No entanto, "o lado mais visível da semana" deverá ser a festa que seguirá hoje à noite num barco instalado no Rio Douro e que será animada por travestis e "drag queens", que encenarão várias performances em três ambientes distintos.
Para completar a iniciativa, haverá debates, poesia, cinema e massagens em várias praias do Norte, "no intuito de sensibilizar as pessoas que "não estão receptivas à comunidade por falta de informação". "Não tenho a certeza se é o preconceito que espoleta a ignorância ou o contrário, mas sei que é altura de parar com a discriminação", afirma Sofia. Para a jovem, "a culpa é da educação, mas também, em grande parte, dos media, que têm dificuldade em tratar o assunto com dignidade".

7 Julho 2001


Jornal de Notícias

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