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19-06-2004 20:40
PD
Gays com medo dos skinheads
Associações de homossexuais suspenderam hoje a distribuição de panfletos em Lisboa sobre a Marcha de Orgulho Gay que se realiza sábado, por temerem a presença de skinheads na cidade, disse um dos responsáveis pelo evento.
Segundo uma entrevista a um skinhead publicada sexta- feira no jornal Público, cerca de 500 nacionalistas deverão reunir-se esta noite em «local secreto» da Área Metropolitana de Lisboa.
«Estava prevista para esta noite a distribuição de panfletos na zona do Bairro Alto e Príncipe Real, mas decidimos cancelar por temermos andar nas ruas de Lisboa», disse à Lusa Paulo Viera, da associação «Não te Prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais», uma das organizações envolvidas na realização da Marcha de Orgulho Gay.
«Esta reunião de skinheads é inconcebível e é preciso garantir a segurança dos homossexuais», disse por seu turno António Serzedelo, da direcção da associação Opus Gay.
«Há um receio real de andar na rua porque sabemos que os dois inimigos dos skinheads são os homossexuais e as pessoas não brancas», corroborou Paulo Vieira, acusando o presidente da autarquia lisboeta, Pedro Santana Lopes, de «não se preocupar em ter a cidade cheia de neo-nazis».
A crítica daquele responsável associativo surge no seguimento da polémica em torno da realização da Marcha de Orgulho Gay, que começou esta sexta-feira quando o presidente da câmara anunciou ter dado um parecer negativo à realização do evento na Avenida de Liberdade.
O parecer negativo (não vinculativo) prende-se com o facto de Santana Lopes considerar que «na Avenida da Liberdade só se devem realizar manifestações em datas muito especiais, como o 25 de Abril, ou provas desportivas».
«Tenho pena que o senhor presidente esteja tão preocupado com este movimento de cidadãos portugueses e democratas e não se preocupe em ter a cidade cheia de neo-nazis», criticou Paulo Vieira.
Apesar do parecer camarário, os responsáveis pela marcha garantem que no próximo sábado irão desfilar na Avenida da Liberdade, porque já têm a autorização do Governo Civil e da PSP.
A marcha, organizada por uma dezena de instituições e grupos representativos da população lésbica, gay, bissexual e transgénero, deverá desfilar dia 26 sobre o lema «Pela Diversidade. Contra a Discriminação. Também somos Europa».
Esperando-se mais de 2.000 participantes em Lisboa, a festa do Orgulho Gay celebra a revolta, que se prolongou por três dias, de um grupo de homossexuais, nos Estados Unidos, contra perseguições policiais.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=349690&sec=3
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