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19-06-2004
Correio da Manhã
por Isabel Ramos
Portugal
Polémica: autarquia quer desfile noutro sítio
A Câmara de Lisboa deu parecer negativo à realização da Marcha de Orgulho Gay, dia 26, na Av. da Liberdade, por preferir a realização destas iniciativas noutras zonas da cidade, disse o presidente da autarquia.
"Há uma orientação geral da Câmara de Lisboa para que na Avenida da Liberdade só se realizem manifestações em datas muito especiais, como o 25 de Abril, ou então provas desportivas", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, que falava à margem da cerimónia de lançamento da reedição do livro 'Esgotos de Lisboa'.
Santana Lopes disse já ter transmitido o parecer negativo da autarquia ao Governo Civil de Lisboa, entidade que autoriza a realização de manifestações e desfiles na cidade.
ATITUDES DIFERENTES
"Prefiro que seja noutras zonas, porque senão a Avenida da Liberdade passava a vida fechada. Também prefiro que não se utilize o Terreiro do Paço", sublinhou o autarca, negando existir qualquer preconceito da parte do município: "O que digo a estas organizações é o mesmo que digo a outras que queiram utilizar a Avenida da Liberdade para desfiles".
Santana Lopes recordou que os organizadores das comemorações do Dia de Orgulho Gay - assinalado em todo o Mundo a 28 de Junho - "têm solicitado o direito a realizar iniciativas noutras zonas da cidade, como em Monsanto, a que a Câmara tem dado parecer favorável e tem viabilizado".
Contactado ontem de manhã pela Lusa, o Governo Civil fez saber que não tinha dado entrada qualquer parecer da Câmara Municipal de Lisboa.
O anterior presidente da autarquia alfacinha, João Soares, manifestava atitude diferente em relação à Marcha do Orgulho Gay, não lhe vedando a Avenida da Liberdade. João Soares permitiu igualmente que o arraial 'gay' passasse do Príncipe Real para a Praça do Município.
A marcha agendada para dia 26 tem como lema "Pela Diversidade. Contra a Discriminação. Também somos Europa". Esperam-se mais de 2000 participantes.
À noite, realiza-se a oitava edição do Arraial Pride, no Parque do Calhau, em Monsanto, com entrada livre, em que deverão participar cerca de 10 000 pessoas, tendo colaborado na organização o município lisboeta e a Associação de Turismo de Lisboa.
A festa do Orgulho Gay celebra a revolta de um grupo de homossexuais, nos Estados Unidos, contra perseguições policiais.
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=115793&idselect=10&idCanal=10&p=94
SIM
Tal como se justifica o afastamento de todas as outras manifestações colectivas do centro. A cidade tem hoje recuperadas várias zonas que estavam abandonadas há anos, onde foram criados bons acessos e estacionamentos para receber festas colectivas. Assim, todos ganham: quem se quer divertir e quem quer circular. No caso da Marcha Gay, até se reduziriam argumentos para extremismos.
Miguel Martins, Subeditor de Sociedade
NÃO
Na Av. da Liberdade, a liberdade não é para todos. Podem marchar os bairros, na noite de Sto. António; podem correr os atletas, em domingo de competição; podem desfilar os militares, no Dia da Liberdade. Os ‘gays’ é que nem pensar! É triste, ridículo, discriminatório e antidemocrático. Os homossexuais têm todo o direito a marchar onde entenderem. Ou Lisboa é uma cidade só para heterossexuais?
Paulo João Santos, Editor de Portugal
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?idCanal=93&id=115783
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