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"Gay pride": marchas e arraiais vividos com orgulho
Manuel Neto *
Milhares de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais manifestaram-se, sábado, em cidades de vários países europeus para celebrar o Dia Mundial da Libertação Gay e lembrar os confrontos entre homossexuais e polícias, ocorridos em Junho de 1969, em Nova Iorque.
Em Lisboa, apesar da noite fria, ventosa sobretudo, muitos foram os que acorreram aos jardins da Torre de Belém, onde decorreu o Arraial Pride, entre os quais se podiam ver muitas caras conhecidas, a par das mais indiscritíveis fantasias.
A festa, que encerrou um dia repleto de manifestações, como a Feira Arco-Íris, realizada no Parque Eduardo VII, e a Marcha do Orgulho, contou com a participação de mais de duas dezenas de bares da capital e foi animada com a presença de inúmeros DJ, transformistas e travestis.
Embora com início marcado para as oito da noite, as pessoas só começaram a encher o recinto a partir da uma da manhã, ainda a tempo de ouvirem as intervenções de José Manuel Fernandes, presidente da Ilga, e de António Serzedelo, presidente da Opus Gay, ambos determinados a defender os direitos e as aspirações da comunidade gay portuguesa.
Às quatro da manhã, os jardins de Belém já estavam transformados numa enorme discoteca, com milhares de jovens a dançar ao som das colagens musiciais dos DJ ou tão-só a beber e a petiscar junto dos balcões que circundavam o recinto.
Enquanto isto, na Áustria, mais de cem mil pessoas participaram no desfile em Ring, artéria que contorna a parte antiga de Viena. Balões vermelhos e brancos, cores da bandeira da Áustria, foram lançados para o ar a partir de 22 camiões transformados em palcos ambulantes, bem como de uma carruagem puxada por cavalos. Como símbolo de um futuro sem violência, os organizadores soltaram pombas brancas.
Em Paris, milhares de pessoas participaram na parada gay organizada sob o tema da Igualdade. A encabeçar o cortejo, podiam ver-se muitos políticos ao lado dos representantes das 84 associações que organizaram a manifestação, como o presidente da Câmara de Paris, Bertrand Delanoe, Jean-Luc Roméro, representante do partido do presidente Jacques Chirac (UMP, direita), Alain Krivine, porta-voz da LCR (extrema-esquerda) e o centrista Philippe Meynard. O cortejo foi aberto por um motard do Moto Club Gay e o encerramento teve por palco a Praça da Bastilha, onde decorreu um concerto.
Na Croácia, cerca de 200 pessoas, rodeadas por muitos agentes da polícia e segurança, participaram, em Zagreb, na primeira "marcha de orgulho gay" realizada naquele país.
Na Suíça, quatro mil gays e lésbicas desfilaram em Zurique na parada que, todos os anos, comemora os confrontos que opuseram, em Junho de 1969, homossexuais e polícias na célebre Christoher Street de Nova Iorque.
A comunidade homossexual de Zurique aproveitou esta data para apelar a uma sociedade aberta e tolerante, assim como aos direitos para os homossexuais, quando faltam três meses para um referendo sobre se as uniões homossexuais devem ter os mesmos direitos que as uniões heterossexuais.
* Com Agência Lusa
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