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02-07-2000
por Gina Pereira
Centenas de pessoas exigiram, nas ruas de Lisboa, direito à igualdade
Depois de, na semana passada, se terem realizado as famosas marchas de Nova Iorque e Londres, Lisboa viveu, ontem, a sua primeira grande parada lesbigay, que reuniu centenas de simpatizantes das causas lésbica, gay, bisexual e transgender que desfilaram pelas ruas da cidade, gritando palavras de ordem em luta pela igualdade. Vieram de todo o país, incluindo das ilhas, e, à hora marcada, reuniram-se debaixo do frondoso "cedro do Buçaco", que abraça o jardim do Príncipe Real, para ultimarem os pormenores da marcha, que culminou na Praça do Município, onde organizaram um "arraial pride". "Pride" é a palavra inglesa para orgulho. E foi, de facto, de orgulho que tratou, ontem, a manifestação: "Silêncio nunca mais! Estamos cá fora, já não vamos mais embora", gritavam, decretando o fim dos guetos. "Deveres iguais, direitos iguais", "Gays e lésbicas visíveis de facto" e "Sim, somos muit@as" eram apenas alguns dos cartazes que empunhavam, além de uma enorme bandeira com as cores do arco-íris que representa a diversidade das orientações sexuais e afectivas.
Mais respeito
Ricardo Duarte era um dos que ajudava a transportar a bandeira. Professor de inglês num instituto particular, este homossexual entende que, quantas mais manifestações deste género se realizarem, mais respeito haverá pelas diferentes orientações sexuais. E menos pessoas terão de ser forçadas a viver a sua sexualidade às escondidas, diz. Ontem, foram vários os que optaram por esconder o rosto atrás de uma máscara, de uma pintura ou de uns simples óculos escuros. Com medo da discriminação, como se lia num cartaz: "A minha mãe sabe, o meu patrão não".
Não foi o caso de Ricardo que, tendo vivido em Toronto, no Canadá, cedo assumiu a sua homossexualidade. Hoje, aos 31 anos, diz que não tem problemas em dizer que é homossexual e recusa-se a trabalhar numa empresa com uma atitude discriminatória. Desde que optou por viver em Portugal, há dois anos, diz que "as coisas têm vindo a mudar. Os locais de convívio já não são às escondidas. Já não é preciso tocar a uma campainha, entrar a correr e fechar a porta".
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