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Orgulho Gay desfila em Lisboa

01-07-2000

Sociedade

«Silêncio nunca mais» e «Homossexuais - direitos iguais», foram as palavras de ordem da marcha «Orgulho Gay», que hoje percorreu as ruas de Lisboa perante olhares tolerantes que denunciavam «uma certa abertura» por parte da população.

Visibilidade foi o objectivo pretendido e alcançado pelos participantes da primeira marcha do Orgulho Gay, que hoje percorreu algumas ruas de Lisboa perante olhares tolerantes denunciando «uma certa abertura» por parte da população. Esta é, pelo menos, a posição transmitida à agência Lusa por José Manuel Fernandes, da associação ILGA Portugal (International Lesbian and Gay Association) «Silêncio nunca mais» e «Homossexuais - direitos iguais», foram alguns dos slogans gritados pelos participantes na marcha, que saiu do jardim do Príncipe Real até à Praça do Município, onde hoje à noite decorrerá mais um arraial gay, enquanto agitavam um pano gigante com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade. «O amor nunca é errado, Uniões de facto já», lia-se na faixa que encimava a marcha de homossexuais e lésbicas que ao longo das ruas foi acompanhada pelo deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã e por Miguel Portas, também do Bloco de Esquerda (BE). «Queremos direitos iguais, porque temos direitos iguais», declararam Ana Isabel e Rita Marques, duas lésbicas presentes. O mesmo exigiram Sérgio e Victor, que ao longo de todo o percurso nunca desenlaçaram as mãos. Também não regatearam beijos, que originaram reparos de quem passeava pelas ruas de Lisboa.

No final do desfile, José Manuel Fernandes disse estar «bastante satisfeito» com a número de participantes, cerca de 200, e com a diversidade das associações representadas - Clube Safo, Grupo de Trabalho Homossexual do PSR, Grupo lilás, Ilga Portugal e Opus Gay.

Sobre a possibilidade da iniciativa vir a estender-se a outras cidades portuguesas, acrescentou que talvez a longo prazo venha a realizar-se no Porto e, posteriormente, noutras capitais de distrito, sublinhando porém que Lisboa é uma cidade mais «cosmopolita e, portanto, mais tolerante».

Constante ao longo da marcha foi a contestação perante os sucessivos adiamentos e a «falta de coragem política» por as uniões de facto não abrangerem os homossexuais.

«Nos direitos somos iguais, apenas nos deveres», observou ironicamente Ivone Vieira, que veio de Braga para participar na marcha.

«Tenho 32 anos, sou lésbica desde os 10 e cada vez tenho mais orgulho nisso», concluiu.


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